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De volta às aulas de 2022, as taxas de crédito estão a inverter o mercado imobiliário

O aumento contínuo das taxas hipotecárias na maioria dos países europeus está a ter um grande impacto no mercado, especialmente este outono. Temos ainda para além disso as pressões inflacionistas, que estão a levar a que muitos bancos tenham de pagar montantes cada vez mais elevados de forma a conseguirem financiar-se. Paralelamente, temos vindo a assistir a um agravamento das condições necessárias para a obtenção de um empréstimo que acabam por impactar a maioria dos mutuários. Podemos então concluir que o ambiente económico em que se vive neste início de setembro terá certamente uma grande influência na sua atividade imobiliária.

Última atualização em 23/03/2023

Subida confirmada das taxas de juro

As taxas médias cobradas pelos estabelecimentos bancários estão a progredir rapidamente de dia para dia. Algo que até agora apenas tinha sido testemunhado no final do século passado. Significando assim o fim de uma era em que as condições de empréstimo eram extremamente favoráveis para qualquer comprador.

Ascensão interminável? 
Infelizmente, não parece ter terminado. 

Possíveis consequências:

  • Uma inversão completa do mercado e o fim de um período: com os preços dos imóveis a disparar, devido a taxas de juro muito baixas e condições de empréstimo extremamente favoráveis, os compradores podem assim compensar a sua falta de poder de compra
  • Famílias que poderão vir a sentir-se tentadas a deixar de comprar

Bom saber

O aumento das taxas de juro média dos novos empréstimos à habitação que atingiu cerca de 2.23%, máximo desde outubro de 2015 (Banco de Portugal, 2022). O que acaba por reduzir a capacidade de contração de empréstimos.

Contração do mercado hipotecário

É ainda possível verificar um aumento geral da queda dos diversos mercados hipotecários europeus. Podemos inclusive falar mesmo de uma degradação, pois:

  • em Portugal, o montante de empréstimos concedidos às empresas tem vindo a diminuir, quando comparado com 2020, em cerca de 283 M€ (Banco de Portugal, 2022)
  • também os preços da habitação, na zona euro, irão registar uma descida até aos 9% (Idealista, 2022) nos próximos anos, fruto desta subida, já sentida, das taxas de juro no crédito habitação, segundo o Banco Central Europeu (BCE)

Quais as razões? 

Aplicações rigorosas no que diz respeito a empréstimos solicitados enquanto o poder de compra se encontra a deteriorar e condições de crédito cada vez menos favoráveis. Para além disso, podemos ainda adicionar o conflito entre Ucrânia e Rússia que acaba por reforçar as pressões inflacionistas, e leva a que a moral dos compradores fique um pouco em baixo.

Baixas taxas de desgaste

A taxa de usura foi posta em prática com o objetivo de proteger os consumidores da cobrança de taxas excessivas pelos bancos. Esta é uma APR que um banqueiro aplica ao solicitar um empréstimo. Para uma hipoteca, esta inclui: a taxa de juro obtida pelo comprador + outros custos (como, arquivo, corretores, etc.) + seguro obrigatório e garantias.

Se o crédito APR exceder a taxa de desgaste, o financiamento é recusado. Atualmente, a veloz subida das taxas de juro é acompanhada por uma baixa taxa de desgaste, atualizada apenas uma vez a cada 3 meses! Como resultado, o número de processos rejeitados pelos estabelecimentos bancários tem vindo a aumentar.


Preços dos imóveis e obrigações dos vendedores

Perante esta situação económica desfavorável, os preços dos imóveis ainda não sofreram uma reviravolta. E este fator é certamente um dos mais importantes para explicar as reservas dos compradores. Por sua vez, os vendedores devem enfrentar novos constrangimentos, como a auditoria energética de um imóvel.

Então, o que fazer? 

Especialmente, quando o crescimento das taxas-chave do Banco Central Europeu indicam um aumento constante das taxas de crédito nos próximos meses e a presente saturação do mercado imobiliário conjugado ainda com uma concorrência exacerbada, torna o processo de se destacar ainda mais difícil? 

Dois eixos essenciais:

  • A sua presença, com o objetivo de capturar os mandatos atuais. Desenvolva uma relação de confiança ao adicionar uma dose de prospeção digital à sua estratégia. Procure respostas aos problemas e perguntas deles e em seguida receba os dados de contacto dessas pessoas
  • Acompanhar os vendedores nas suas obrigações, determinadas tarefas e eventuais financiamentos. Direcione-os para os contactos certos. Destaque as suas ofertas específicas: passeios virtuais da propriedade, planos de piso, parcerias com assessores, arquitetos, etc.

FAQ

Em síntese

O QUE É QUE SE PASSA?
A subida contínua das taxas hipotecárias está a ter um forte impacto no mercado neste outono. A isso acrescente-se as pressões inflacionistas que forçam os bancos a pagar cada vez mais pelo seu refinanciamento. Mas também as condições para a obtenção de empréstimos que se têm agravado e que por sua vez têm impactado cada vez mais mutuários.

QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS?
Uma inversão completa do mercado e o fim de um período em que os preços dos imóveis subiram com taxas de juro baixas e prazos de empréstimo extremamente longos, permitindo assim aos compradores compensarem a sua falta de aumento de poder de compra. Algumas famílias sentir-se-ão tentadas a não comprar.

COMO REAGIR?

  • Desenvolva uma relação de confiança ao adicionar uma dose de prospeção digital à sua estratégia. Procure respostas aos problemas e perguntas e em troca receba os dados de contacto
  • Acompanhar os vendedores em suas obrigações, determinadas tarefas e eventuais financiamentos. Direcione-os para os contactos certos. Destaque as suas ofertas específicas: passeios virtuais da propriedade, planos de piso, parcerias com assessores, arquitetos, etc.